Não deve haver rancor, onde já se teve amor.

domingo, 16 de outubro de 2011

Não precisava ter muito para conquistá-la. Bastava ter a simplicidade no olhar e a riqueza em um sorriso. Era só isso, e ela se derretia aos pés de quem viesse. Mas ninguém tinha coragem de chegar perto, de olhá-la nos olhos e de amá-la com toda a pureza necessária. Os que surgiam eram sempre golpistas, revelados pela frieza do olhar e pelo sorriso opaco nos lábios. E ela sabia que nenhum deles era o garoto que ela procurava. Apaixonou-se diversas vezes, mesmo sabendo que eles a enganavam. Entregava-se ao amor simplesmente porque acreditava que precisava tentar ser feliz de outro jeito, sem precisar do garoto certo.  E tentava, tentava, tentava e por fim lamentava a falta que lhe fazia um abraço apertado e verdadeiro. Era do tipo difícil, de coração duro e mente aberta. Sempre se privou das magias da vida por medo de ser enganada pelo amor. E tinha mesmo medo de tudo. Das palavras que soavam verdadeiras, dos olhares que se escondiam atrás de sorrisos, dos abraços que a dominavam por inteira.  E por tanto se privar, acabou afastando príncipes do castelo. Nenhum outro seria capaz de enfrentar o dragão que existia dentro dela. Todos sabiam de sua fama terrível de acabar com os seus amores. Todos temiam pela sua indelicadeza em se afastar de quem a prometesse muito amor. Mas ninguém via que ela tinha medo de tudo. Até mesmo destas promessas de amor eterno depois de 3 meses. A verdade é que tinha um coração quebrado e que os estilhaços ainda feriam sua alma. Uma garota com vários sonhos e desejos. Só queria ser feliz na vida. Só queria ter alguém para amar. Só queria a verdade nos sentimentos. E por tanto querer acabou sendo só. E solidão era uma coisa triste e normal para ela. Não era a falta de companhia que a torturava, mas a falta de luz dentro de si. Ela só queria ser amada e amor era tudo que ela não tinha.

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